Casal é executado dentro de ambulância do Samu
Um homem que havia sido baleado no bairro de Santo Inácio, em Salvador, e conseguiu regulação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pirajá para o Hospital do Subúrbio, foi executado dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A acompanhante da vítima também foi morta na ação. O crime aconteceu na noite desta segunda-feira, 29, na rotatória do Hospital do Subúrbio, na BA-528, mais conhecida como Estrada do Derba.
De acordo com o boletim da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o caso foi registrado por volta das 21h30. As vítimas ainda não foram indentificadas.
Conforme relatado pelos dois profissionais do Samu que faziam a regulação, homens armados a bordo de um carro de passeio, em alta velocidade, interceptaram a ambulância e invadiram o veículo para executar o paciente. A mulher dele, que o acompanhava, também foi atingida e morreu no local. Nenhum dos servidores de saúde ficou ferido, mas o motorista precisou de atendimento por causa de uma crise de hipertensão.
Uma equipe da 31ª da Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi acionada pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom) para atender a ocorrência Guarnições do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) também se deslocaram para a região e isolaram o local até a chegada do Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc) para proceder com a perícia e a remoção dos corpos. A investigação ficará a cargo da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), da Polícia Civil.
Segurança
Segundo o coordenador do Samu de Salvador, Ivan Paiva, tanto o motorista, que precisou ser medicado, quanto o técnico de enfermagem foram afastados temporariamente das atividades para um avaliaçao psicológica. “Situações como esta abalam toda a equipe. Somos profissionais da área de saúde, não somos heróis. Situações como esta deixam os profissionais inseguros e sempre fica a ideia de que o mesmo pode acontecer com você no próximo plantão”, conta.
De acordo com Paiva, esta não é a primeira vez que um paciente transportado pelo Samu é executado. Em setembro de 2015, um homem, vítima de lesão por arma de fogo em via pública na Rótula do Abacaxi, estava sendo transportado para o Hospital Geral do Estado (HGE), quando a ambulância do Samu foi interceptada por um veículo e o paciente executado.
Ainda segundo Ivan Paiva, desde então foi implementado um protocolo de segurança: toda vez que o atendimento for a uma vítima de arma de fogo, um profissional da Coordenação de Operações Especiais (COE), de Inteligência da SSP, deve fazer o acompanhamento.
“A abordagem deve ser feita em conjunto, a fim de garantir a segurança dos profissionais. A população não entende, mas primeiro a polícia entra, garante a segurança e depois o Samu chega. A gente pede escolta da Polícia Militar para que alguma viatura possa acompanhar a ambulância até o hospital de destino. Não sei porque neste caso de ontem a escolta não foi realizada”, explica.
Em resposta, a PM informou que “não houve acionamento prévio para atender a ocorrência. Somente após o fato”.