E por que ACM Neto perdeu uma eleição em que era franco favorito?
Juvenílio Leal, morador do Cabula, pergunta: como explicar ACM Neto ter perdido uma eleição que parecia ganha para um desconhecido?
Meu preclaro, em primeiríssimo lugar Neto não perdeu para Jerônimo e sim para o 13 de Lula. Candidatos competitivos devem ter partidários idem no plano federal. Ele não tinha.
Entrou em campo com a grife que ele herdou do avô e com os bons índices de aprovação como prefeito de Salvador e forjou o discurso do tanto faz. Perdeu.
Claro que o tanto faz não era discurso preferencial. Era o possível. Ele até tentou algumas incursões federais. Uma foi com Ciro Gomes. Não decolou. Com Lula a vaga já tinha dono e com Bolsonaro as pesquisas mostravam que ele perderia mais do que ganharia. Outra foi a união do DEM com o PSL. Ajudou muito, mas não bastou.
Na espera —Também há outro detalhe. O enredo do capítulo eleitoral de 2022 ilustra uma história muito conhecida, a do candidato que vai bem nas pesquisas e morre no fim. Isso já aconteceu em Salvador com Marcos Medrado, lá pelos anos 90. Liderou o tempo todo, na reta de chegada, perdeu.
Outra prova da influência federal na questão local vem do próprio carlismo. Em 2006, Paulo Souto governador bem avaliado, perdeu para Jaques Wagner (que teve o apoio de Lula presidente) no primeiro turno.
No mais, também se viu este ano o repeteco de uma velha máxima, a história importa mais como termina. Neto este ano, por xemplo, começou bem e acabou mal.