Titular da Delegacia da Mulher descobre ser vítima de violência após atender outra vítima
Foto: Reprodução/TV Globo
A delegada Juliana Domingues, titular de uma unidade da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher no estado do Rio de Janeiro, disse que, após atender uma vítima de violência, chegou à conclusão de que ela também estava sendo uma vítima.
Segundo a delegada, as agressões eram praticadas dentro de sua residência, pelo então
marido, o tenente-coronel Carlos Eduardo Almeida Alves Oliveira da Costa, da Polícia Militar (PM) fluminense.
“Ele falava para mim: ‘você está vendo? Eu bato na delegada da Deam. E o que você vai fazer? Você vai fazer o quê? Você é uma reles delegada de interior. E eu trabalho com diversos desembargadores. Você acha o quê? A sua palavra contra mim é o quê?”, afirmou a delegada.
O caso foi divulgado no Fantástico, programa da Rede Globo, deste domingo (1). Carlos, por sua vez, não deu resposta aos pedidos de entrevista da emissora.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o tenente-coronel por estupro, injúria e violência psicológica contra a mulher. O processo corre sob sigilo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), estando a primeira audiência prevista para acontecer no próximo dia 17.
Monitor de Feminicídos do Brasil Revela aumento alarmante e Estatísticas Preocupantes
O Monitor de Feminicídios no Brasil divulgou os dados atualizados de 2024, revelando um aumento alarmante nos casos de feminicídios em todo o país. Segundo os números mais recentes, foram registrados 750 feminicídios consumados e 1693 casos de feminicídios consumados e tentados até o momento.
Destacando-se entre os estados mais afetados, São Paulo lidera com um aumento significativo de 101 casos em 2023 para 132 em 2024. No Paraná, houve um crescimento de 56 para 64 casos, enquanto a Bahia viu um aumento de 45 para 51 casos no mesmo período.
Os estados com as maiores taxas de crescimento percentual são Sergipe, com um alarmante aumento de 171,4%, seguido por Tocantins com 150% e Amapá com 100%. Alagoas registrou um aumento de 72,7%, e o Rio Grande do Sul acompanhou com um crescimento de 56,3%.
Esses números refletem uma tendência preocupante de aumento da violência contra mulheres em diversas regiões do Brasil. Destaca-se a necessidade urgente de políticas públicas eficazes, além de uma maior conscientização e educação para promover a igualdade de gênero e prevenir a violência doméstica.
Este aumento trágico nos casos de feminicídios em 2024 sublinha a importância de ações coordenadas e efetivas por parte das autoridades e da sociedade civil para reverter essa tendência devastadora. (LESFEM – Laboratório de Estudos de Feminicídios)