Artistas e políticos tradicionais não conseguem aprovação das urnas
O resultado das eleições deste domingo, 2, frustrou os planos de quadros políticos tradicionais na cena baiana e também de novas caras, que tentaram a sorte nas urnas na esteira do bolsonarismo.
Ex-secretário de Fomento à Cultura do governo federal, André Porciuncula (PL) obteve 82.693 votos, mas ficou na suplência. Apesar de ter sido mais votado do que alguns candidatos eleitos, ele entrou na linha de corte do sistema proporcional, que leva em conta a quantidade de votos alcançados pelos partidos.
Antiga apoiadora de Jair Bolsonaro, Dayane Pimental (União Brasil) virou desafeto do presidente e não conseguiu se reeleger deputada federal. Com 31.448 votos, ela se despede do mandato ao final do ano.
O ex-presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho (União Brasil), também ficou na suplência, com quase 56 mil votos. Deputado federal por dois mandatos, ele está fora do Congresso Nacional desde 2011 e vai precisar esperar mais quatro anos para fazer uma nova tentativa.
Candidatos com longa trajetória política foram reprovados nestas eleições. Deputado estadual por sete mandatos consecutivos, cinco deles na presidência da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) não teve o mandato renovado, apesar dos mais de 65 mil votos conquistados.
Nem mesmo a força de movimentos religiosos foi capaz de eleger alguns candidatos, como o vereador Ricardo Almeida (PSC), que teve 31.373 votos e não conseguiu uma vaga como deputado estadual.
O ex-secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas (MDB), que teve destaque durante a pandemia da Covid-19 e cuja eleição era dada como certa no círculo político, não fez valer a visibilidade e ficou com cerca de 35.351 votos.
Candidata do PT na disputa pela prefeitura de Salvador em 2020, Major Denice também não conseguiu ser eleita deputada federal. Outros candidatos ligados à Segurança Pública foram reprovados nas urnas, como Coronel Sturaro (PL), Coronel Anselmo Brandão (Avante) e Soldado Prisco (União Brasil).
A eleição deste ano também foi marcada pela presença de artistas, que buscaram o voto por meio da fama, mas acabaram ficando fora da lista de aprovados.
O deputado federal Igor Kannário (União Brasil) teve 20.514 votos e não conseguiu se reeleger. Netinho (PL) obteve pouco mais de 31 mil votos e ficou fora da Câmara, assim como EdCity (PP), cujos 6.492 foram insuficientes em mais uma tentativa de se eleger deputado estadual.
A dançarina Léo Kret (PDT), eleita vereadora por Salvador em 2008, teve apenas 9 mil votos este ano na disputa por uma vaga como deputada federal, e, pela sétima vez, sai derrotada de um processo eleitoral. Ela tenta ser eleita a cargo eletivo desde 2010.