Chegada de Elmar Nascimento ao PSL barra composição com MDB e aceno a Jaques Wagner: “aliança é com ACM Neto”
A chegada do deputado federal Elmar Nascimento (oficialmente ainda no DEM) ao PSL freou de vez o movimento que representantes da legenda haviam iniciado com o MDB na Bahia. A dobradinha MDB-PSL foi rascunhada no início deste ano e chegou a ter a benção dos caciques nacionais, Baleia Rossi e Luciano Bivar, mas voltou à estaca zero porque Elmar não admite a possibilidade de abrir negociação que leve a legenda ao grupo do ex-governador Jaques Wagner (PT), principal oponente de ACM Neto (DEM) em 2022 na disputa pelo governo da Bahia.
“Converso com qualquer partido, mas aliança é com ACM Neto”, afirmou Elmar à reportagem. A definição antecipada por ACM Neto passa pela imperiosa ambição da sigla em ter espaço na chapa majoritária. O próprio nome de Elmar é corado para concorrer ao Senado Federal.
“Política tem que ter lado. Ficamos o tempo todo no sereno, na oposição e não é agora, que vamos ganhar, que vamos tergiversar”, acentua.
Em março deste ano, o BNews revelou bastidores da parceria MDB-PSL, cujas lideranças locais chegaram a abrir conversas com interlocutores do governador Rui Costa e do senador Jaques Wagner. Emissários da base governista especularam esta semana que o MDB poderia absorver quadros do PP, partido do vice-governador João Leão, que enfrenta ameaça de debandada.
A permanência do PSL no campo da oposição, agora sob a batuta de Elmar Nascimento, é algo “absolutamente conversado”, segundo ACM Neto.
“O PSL é hoje um dos principais partidos do Brasil, está se fortalecendo na Bahia e essa articulação de Elmar, essa interlocução dele com o PSL, é algo que está absolutamente conversado, construído e eu diria mais: é algo que vai ao encontro do que desejamos para o ano que vem, nas eleições aqui da Bahia”, disse o democrata em visita recente a Campo Formoso, município da região norte da Bahia governado pelo irmão de Elmar, o prefeito Elmo Nascimento (DEM).
Paralela à engrenagem da candidatura de ACM Neto ao governo estadual, Elmar articula montar uma bancada de deputados federais para “chacoalhar” a política baiana. “Vamos trabalhar pra fazer do PSL o maior partido do Estado”.
No embalo da onda bolsonarista de 2018, o PSL conseguiu crescimento exponencial em número de parlamentares e se tornou uma das mais vigorosas bancadas na Câmara dos Deputados – poderio que Elmar agora quer ter em solo baiano.
“Vamos trabalhar pra ser a maior bancada. Vai surpreender muita gente e chacoalhar a política da Bahia. Gente grande que ninguém imagina”, arrematou, sem mencionar nomes e números da sua projeção.