ACM Neto diz que não pode descartar apoio a Bolsonaro em 2022
O presidente nacional do DEM e potencial candidato ao Governo da Bahia em 2022, ACM Neto (DEM), declarou ontem que não irá descartar um eventual apoio ao presidente Jair Bolsonaro em 2022. Segundo ele, qualquer decisão em torno do assunto deverá passar pelo crivo dos correligionários. “Não tenho que descartar. Qualquer resposta minha tem que traduzir a maioria do partido. Começamos a discutir 2022, analisar pesquisas, avaliar a situação de cada estado”, declarou ele, em entrevista ao jornal O Globo. Em 2018, ele apoiou o chefe do Executivo Federal no segundo turno.
O herdeiro carlista diz que “o DEM tem como prioridade tentar construir candidatura própria a presidente”. “Temos dois nomes que reúnem as melhores condições: Mandetta e Rodrigo Pacheco. Estamos dialogando com um conjunto de partidos sobre a possibilidade de construir um projeto comum. Será natural que até o fim do ano ainda tenhamos muitos nomes lembrados no tabuleiro. Vamos avaliar se é possível ou não construir articulação política mais ampla. A decisão desses partidos (da chamada terceira via) só deverá ser tomada em 2022”, completou.
Neto ainda ressaltou que “o jogo ainda não está jogado” ao comentar a polarização entre o ex-presidente Lula e Bolsonaro. “As pesquisas de agora retratam mais o passado que o futuro. É natural que, faltando muito tempo para a eleição, as duas figuras com maior recall (mais conhecidas) pontuem na liderança das pesquisas. Chegará um momento em que o eleitor vai começar a se ligar no processo eleitoral. Quando entrar na agenda, vai parar e observar as outras opções colocadas”.
Para ele, o “maior erro do governo tem sido a condução da pandemia”. “Acho que o governo errou muito mais do que acertou. Desde uma postura de negação logo no início da Covid-19, passando por uma falta de articulação com estados e municípios para que houvesse enfrentamento conjunto desse terrível inimigo e chegando à falta de planejamento para vacinação”, apontou.
Ainda na entrevista, Neto voltou a dizer que está se preparando para disputar o governo da Bahia e que já conta com uma base de apoio. “Na Bahia tenho um conjunto de partidos que me acompanham desde 2012, quando me elegi prefeito. E ampliei isso em 2016 e em 2020 com a eleição do atual prefeito, Bruno (Reis). Na Bahia, temos quadro de polarização com o PT e parceria com PSDB, Republicanos, PSL, PL e PDT”, ressaltou.