Neymar dá passe, PSG vira sobre Atalanta e vai à semi da Champions League
Com dois dos atacantes mais valorizados do futebol mundial, o Paris Saint-Germain ficou mais perto do sonho do título europeu graças a um zagueiro e a um atacante que até dois anos atrás estava em um pequeno time inglês.
Com gols a partir dos 44 minutos do 2º tempo, a equipe francesa virou o placar sobre a Atalanta, ganhou por 2 a 1 e avançou pela segunda vez em sua história à semifinal da Champions League. Em 1995, quando a competição ainda se chamava Copa da Europa, chegou a esta fase.
Com a Atalanta (ITA), presença improvável nas quartas de final, em vantagem, o PSG empatou com o brasileiro Marquinhos, zagueiro escalado como volante e que nos minutos finais estava na área rival como centroavante. Aos 47, Eric Maxim Choupo-Moting, camaronês de 31 anos e que era reserva do Stoke City (ING) em 2018, anotou o gol da vitória em um Estádio da Luz, em Lisboa, sem presença de público por causa da pandemia da Covid-19.
Neymar e Mbappé, que custaram juntos 367 milhões de euros ao PSG (R$ 2,3 bilhões em valores atuais) passaram em branco, mas foram importantes. O brasileiro deu o passe para o empate e o francês, para a finalização da virada.
Foi o fim do conto de fadas para a Atalanta, clube que tem uma folha de pagamento do elenco profissional inferior aos 37 milhões de euros (R$ 238 milhões) recebidos por Neymar a cada temporada no PSG.
A agremiação francesa, que pertence a um conglomerado controlado pela família real do Qatar, está a 180 minutos de conquistar um título europeu que a França venceu apenas uma vez: com o Olympique de Marselha em 1993.
Com as partidas acontecendo em jogo único na capital portugues, o PSG faz a semifinal na próxima terça (18), diante do vencedor do confronto entre RB Leipzig (ALE) e Atlético de Madrid (ESP), que se enfrentam nesta quinta (13).
A Atalanta sufocou o rival em vários momentos do primeiro tempo. Adiantava tanto a marcação que Caldara, um zagueiro, saía para impedir que a bola chegasse a Neymar na intermediária do campo de defesa do time francês.
Sempre que buscou o jogo aéreo, o clube italiano levou vantagem e se não fosse por duas intervenções de Kaylor Navas, teria aberto placar antes dos 25 minutos, quando a pressão sobre a saída de bola deu resultado e o passe de Zapata achou Pasalic para chutar no ângulo.
O problema é que se perdesse uma boa ou em caso de erro mínimo de posicionamento, a Atalanta via o PSG sair no contra-ataque no mano a mano. Para sorte da italiana, Neymar teve 45 minutos para esquecer. Duas vezes ele apareceu sozinho na cara do gol e em ambas chutou torto e para fora.
Por jogar no ataque e não se fechar na marcação, apesar da vantagem, a Atalanta mostrava porque foi o time que mais gols marcou na última Série A da Itália (98), mas não brigou pelo título porque sua defesa, exposta, foi vazada 48 vezes, a segunda pior entre os seis primeiros colocados, que formam a zona de classificação para as competições europeias.
O PSG também teve problemas em envolver o argentino Mauro Icardi no jogo. No primeiro tempo, ele teve apenas 13 toques na bola, o menor número entre todos os jogadores em campo. Nenhum deles foi dentro da área.
O Paris Saint-Germain tentou sair para o jogo no segundo tempo, mas a Atalanta continuou tentando trocar passes sem se apavorar e poderia ter feito o segundo aos 12, quando Djimsiti finalizou sozinho dentro da área, mas errou o alvo.
Com o passar dos minutos, Neymar tentou fazer jogadas individuais que fizessem a diferença. Em regiões intermediárias do campo conseguia dribles e passes, nem sempre seguidos pelos seus companheiros, mas no momento da conclusão continuou a falhar. Teve uma oportunidade de finalizou e chutou fraco.
A maior esperança francesa passou a ser Kylian Mbappé. Recuperado de lesão (sofrida na fnal da Copa da França), o artilheiro do último campeonato francês (18 gols) entrou aos 14 minutos para atuar aberto pelo lado esquerdo. Ele teve duas grandes chances para marcar e desperiçou ambas.
O time italiano parecia cansado e o PSG não sabia o que fazer para chegar ao empate. O técnico Thomas Tuschel inundou o ataque de jogadores e apostou em jogadas pelas laterais como último recurso. Foi assim que a virada aconteceu quando quase ninguém esperava. O PSG, eliminado no ano passado nas oitavas de final, em casa, por causa de um gol de pênalti do Manchester United aos 49 do segundo tempo, teve seu dia de vingança.