Mulheres são maioria nas Câmaras de três cidades do interior da Bahia
Três cidades do interior da Bahia, todas com menos de 30 mil habitantes, conseguiram um feito raro nesta eleição: eleger mais mulheres do que homens nas Câmaras Municipais. É o caso de Rodelas, no Vale do São Francisco, João Dourado, no Centro-Norte, e Palmas de Monte Alto, no Centro-Sul da Bahia.
Rodelas tem menos de 10 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e apenas nove vagas na Câmara Municipal. Destas, cinco serão ocupadas por mulheres a partir do ano que vem.
João Dourado, cidade com nome de homem, também elegeu mais mulheres – elas ocupam seis das 11 vagas no legislativo municipal. É uma mulher a mais votada: Kel do Riacho teve 1.135 votos.
Já em Palmas de Monte Alto, o feito foi ainda maior: a cidade tem a maioria da população masculina, mas três mulheres foram as mais votadas este ano – Patrícia do Rancho, Selma de Leotério e Rose da Barriguda somam 2.140 votos. A cidade tem 11 vereadores – seis mulheres eleitas.
Para a cientista polícia Denise Paiva, doutora pela USP e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), alguns estudos mostram que é mesmo a política local a porta de entrada das mulheres.
“Algumas são ex-primeiras-damas, vêm de famílias tradicionais, o que facilita para que consigam se eleger. Com os homens também é assim e não há nenhum demérito nisso. Mas é importante que elas consigam avançar na carreira”, aponta a pesquisadora.
Um próximo passo é, quem sabe, crescer o número de prefeitas eleitas. Em 2016, a Bahia elegeu 56 mulheres, segundo o TRE-BA. Este ano foram 53. “É preciso ter uma mudança cultural na sociedade, avançar mais para que na próxima geração a gente não precise perguntar mais pelas mulheres na política, para que elas estejam lá e isso seja naturalizado”, defende Denise.
As informações são do jornal Correio*.