MP-BA faz nova denúncia contra líder espiritual Jair Tércio
Pelos crimes de estupro de vulnerável, charlatanismo e lesão corporal por ofensa à saúde mental, o Ministério Público Estadual (MP-BA) ofereceu mais uma denúncia contra o líder espiritual Jair Tércio Cunha Costa que está foragido. Quatorze mulheres acusaram o denunciado de crimes de natureza sexual e isto fez o órgão instaurar o procedimento investigativo e a “Operação Farizeu”.
Toda a investigação resultou na denúncia acatada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) que decretou a prisão preventiva do líder espiritual.
Tudo começou no meio deste ano, quando o MP/BA recebeu uma demanda oriunda da Ouvidoria Nacional das Mulheres, um órgão ligado ao Conselho Nacional do Ministério Público.
De acordo com Sara Gama, promotora e coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e População LGBT (Gedem), a operação continua.
“Quando a gente começou a publicizar e mostrar que estávamos com os procedimentos encaminhados, outras pessoas apareceram como testemunhas. Isto é um sinal do impacto positivo que isso causou nas vítimas em saber que a Justiça está fazendo a parte dela”, contou a promotora.
Ela salientou ainda que o Ministério Público espera a prisão do líder espiritual Jair Tércio Cunha Costa. “Nós reunimos elementos para pleitear a prisão dele, a partir do momento que percebemos o risco não só para a garantia da ordem pública, como a própria investigação. A gente tem a expectativa que ele seja preso”, afirmou Sara Gama.
Todas as vítimas, ainda segundo a promotora, estão protegidas. “Para as vítimas que estavam no contexto da lei Maria da Penha, solicitamos as medidas protetivas. Para as demais, existem as possibilidades de medidas acautelatórias que são naturalmente deferidas em razão da vulnerabilidade das pessoas. Ainda segundo ela, há um suporte individual para essas mulheres, já que elas são ouvidas em conjunto com psicólogos, de assistentes sociais”.
Por fim, a promotora e coordenadora do Gedem ressaltou a necessidade das denúncias e indicou todos os canais de comunicação utilizados com esta finalidade.
“A gente está viabilizando os canais remotos que é o 0800 642 4577 e o e-mail gedem@mpba.mp.br. Através desses canais, as pessoas podem entrar em contato conosco que imediatamente abrimos o procedimento e entramos em contato com a pessoa”, informou a promotora Sara Gama.
O projeto que deu origem a todo o caso, o Justiceiras, “surgiu de uma ideia de trazer voluntários do Brasil todo para poder dar um suporte. A Gabriela Mansur criou o projeto e já atendeu milhares de mulheres”, explicou.()